Artigo

Quando existe a indicação de remover as amígdalas?

Muitos pacientes apresentam dúvidas de quando é realmente necessária a remoção das amígdalas ou amigdalectomia. Veja na sequência quando ela é indicada.

O que são as amígdalas?

As amígdalas, também chamadas de tonsilas palatinas são dois pequenos órgãos localizados na parte de trás da garganta. Elas fazem parte do nosso sistema imunológico de defesa do corpo contra infecções.

Quando é necessária a remoção?

A decisão de realizar a cirurgia de remoção das amígdalas, que é a amigdalectomia, é baseada em uma avaliação cuidadosa e individualizada do paciente pelo otorrinolaringologista. Não é mais indicada em todos os pacientes como era antigamente até as décadas de 50 e 60.

Em alguns pacientes as amígdalas podem se tornar inflamadas ou infectadas com muita frequência, levando a uso excessivo de antibióticos e perda de muitos dias de escola e trabalho. Quando o número de infecções ultrapassa o razoável a cirurgia pode ser indicada. Quando ocorrem abscessos periamigdalianos de repetição além das amigdalites a cirurgia também pode ser indicada.

Outra indicação seria o tamanho das amígdalas. Algumas vezes elas podem crescer levando a obstrução da via aérea do paciente. Esses pacientes geralmente tem como sintomas roncos noturnos e apneia obstrutiva do sono, com prejuízos na qualidade de vida.

Existem outras indicações mais raras como por exemplo a suspeita de tumores como linfomas, mas essas são as exceções. O mais frequente é a indicação devido infecções de repetição ou pelo tamanho aumentado das amígdalas ou mesmo uma combinação dos dois fatores.

Após a cirurgia vou ter alterações na minha imunidade?

As amígdalas fazem parte de um sistema chamado anel linfático de Waldeyer, que compreende as amígdalas, a adenóide, as tonsilas linguais e as tonsilas peritubáreas. Todas essas estruturas tem a mesma função, que é a de defesa da entrada de patógenos no sistema respiratório e digestivo. Mesmo quando removemos as amígdalas e a adenóide ainda restam tecidos suficientes para suprir essa função.

Além disso, diversos estudos já relataram que não há aumento de infecções tanto locais quanto sistêmicas após essa retirada. Existem estudos que relatam melhora dos quadros alérgicos e melhora do desenvolvimento ponderoestatural (provavelmente devido ao sono de melhor qualidade).

Como é a cirurgia?

A cirurgia é realizada sob anestesia geral e por dentro da boca, sem deixar nenhuma cicatriz visível. É um procedimento rápido, bastante seguro, com altas taxas de sucesso. No entanto, como em todos os procedimentos cirúrgicos existem riscos potenciais, como sangramento por exemplo.

A cicatrização dessa região é bastante rápida, em média de 7 a 10 dias já ocorreu toda a cicatrização, e o paciente pode retomar suas atividades de forma rotineira. Nos primeiros dias é recomendado dietas mais leves, pastosas e geladas e repouso das atividades.

Em muitos casos é realizada a remoção das amígdalas em um procedimento cirúrgico conjunto com a remoção da adenóide ou adenoidectomia.

Se você está enfrentando problemas frequentes nas amígdalas e está considerando a cirurgia, o ideal é agendar uma consulta com um otorrinolaringologista. Ele poderá, através de uma avaliação detalhada e individualizada do seu caso, ponderar sobre a necessidade real do procedimento ou indicar o melhor tratamento.

Compartilhe nossos artigos
na sua rede social!

Artigos Recentes:

Desenho anatomico de um nariz mostrando onde ficam os cornetos nasais

Cornetos Nasais

O que são os cornetos nasais? Os cornetos nasais, também conhecidos por conchas nasais (ou ainda pelo nome popular de carne esponjosa) são estruturas ósseas

Leia mais »
Picture of Dra. Ísis Rocha Dias Gonçalves

Dra. Ísis Rocha Dias Gonçalves

CRM SP 141025 - RQE 51191


Dra Ísis Rocha Dias Gonçalves é médica otorrinolaringologista com formação clínica e cirúrgica, com ênfase em afecções do ouvido e audição, com mais de oito anos de experiência na área. Por ser mergulhadora tem experiência em atender mergulhadores com queixas de barotrauma, dificuldades para equalizar e otites de repetição.

Na Santa Casa de São Paulo formou-se em medicina em 2009. Na mesma instituição em 2012 concluiu residência médica em otorrinolaringologia, em 2014 cursou sub-especialização em otologia e em 2016 defendeu mestrado em pesquisa em cirurgia. Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cérvico-facial (ABORL-CCF).

Atualmente Dra Ísis Rocha Dias Gonçalves atua como otorrinolaringologista na clínica Otosalute e realiza cirurgias em hospitais conveniados. Trabalha em outros locais pelo SUS com reabilitação auditiva e otorrinolaringologia pediátrica.