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Tubos de ventilação

O que é?

Você já ouviu falar sobre uma cirurgia para colocação de tubos de ventilação no ouvido? Esse é um procedimento relativamente frequente para o tratamento de crianças (e também alguns adultos de forma mais rara) que tem otites de repetição ou diminuição de audição causada pelo acúmulo de secreção dentro dos ouvidos (otite média com efusão ou otite serosa crônica).

O objetivo desse procedimento é promover a ventilação da orelha média fazendo com que entre ar lá para dentro e normalizando a mucosa e o acúmulo de secreção na região.

O tubo geralmente é feito de plástico ou silicone e é semelhante a um carretel com um furo no meio. Ele é encaixado em uma perfuração realizada na membrana timpânica (timpanotomia ou miringotomia), e fica alojado na membrana timpânica por um tempo. Os tubos mais utilizados ficam em média 6 meses na membrana timpânica, mas existem modelos que permanecem por mais tempo. Após esse período o próprio corpo do paciente expulsa o tubinho para fora da membrana e a perfuração fecha sozinha.

Como é realizado o procedimento?

Geralmente após a indicação da cirurgia durante a consultas e após avaliações auditivas é agendado o procedimento. Em crianças o procedimento é realizado em ambiente hospitalar sob sedação ou anestesia geral, em adultos pode-se optar por anestesia local.

O procedimento é realizado pelo canal auditivo, não sendo necessário nenhum corte adicional na pele, não deixa cicatrizes. Geralmente a colocação do tubinho é bastante rápida e com raríssimas complicações e permite alta no mesmo dia.

É bastante frequente a indicação de algum procedimento combinado, como a adenoidectomia por exemplo, que quando está aumentada pode ser uma das causas de otite média com efusão.

Quais são as indicações?

-Otite médias serosas crônicas/com efusão com duração de mais de 3 meses

-Perdas de audição do tipo condutivas pela presença de efusão na orelha média

-Otites médias agudas de repetição devido infecção frequente desse acúmulo de líquido

-Disfunção da tuba auditiva com retração da membrana timpânica, perdas de audição, zumbido ou vertigem

-Complicações de otites como mastoidites, paralisia facial periférica, meningites e abscessos cerebrais com foco primário de otite entre outros quadros mais raros

-Aplicação de medicações intratimpânicas, como nas perdas auditivas súbitas e doença de Ménière por exemplo

Como é o pós operatório?

O pós operatório costuma ser bastante tranquilo, sem dor e geralmente com recuperação imediata da audição.

O maior cuidado é com a exposição dos ouvidos à água. Com o tubinho alocado na membrana timpânica o ouvido está “aberto” e se entrar água na orelha média o ouvido pode infeccionar.  Cuidados simples de proteção auricular na hora do banho já são suficientes para prevenir infecções pela água no ouvido. Alguns pacientes com proteção auricular adequada conseguem até fazer aulas de natação ou tomar banhos de mar.

Geralmente após a cicatrização já será solicitado novo exame de audição para confirmar a normalização da audição.

Quais as complicações?

As complicações são bastante raras, mas podem ocorrer. Geralmente elas incluem: infecções por entrada de água nos ouvidos ou por secreção nasal para o ouvido; perfurações timpânicas persistentes mesmo após queda do tubo de ventilação; expulsão precoce ou muito tardia do tubo.

Por isso, mesmo após o procedimento, é primordial manter o acompanhamento com seu otorrinolaringologista para prevenir e tratar possíveis alterações em seus ouvidos e com a sua audição.

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Dra. Ísis Rocha Dias Gonçalves

CRM SP 141025 - RQE 51191


Dra Ísis Rocha Dias Gonçalves é médica otorrinolaringologista com formação clínica e cirúrgica, com ênfase em afecções do ouvido e audição, com mais de oito anos de experiência na área. Por ser mergulhadora tem experiência em atender mergulhadores com queixas de barotrauma, dificuldades para equalizar e otites de repetição.

Na Santa Casa de São Paulo formou-se em medicina em 2009. Na mesma instituição em 2012 concluiu residência médica em otorrinolaringologia, em 2014 cursou sub-especialização em otologia e em 2016 defendeu mestrado em pesquisa em cirurgia. Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cérvico-facial (ABORL-CCF).

Atualmente Dra Ísis Rocha Dias Gonçalves atua como otorrinolaringologista na clínica Otosalute e realiza cirurgias em hospitais conveniados. Trabalha em outros locais pelo SUS com reabilitação auditiva e otorrinolaringologia pediátrica.